LIBERTINA OLENTE
 
 
Juras mentirosas que ouvi
Foste majestosa no teu choro
Maltrapilhos soluços esculturados
Mostrava teu ofegante peito
Maestrosa alma perenal
Uma tela deslumbrante de sepulcro
Ouvi a tua mentia e teu preceito
Lamentando prece infundada e vulgal.
 
Fica claro aquele crucificado sinal
Do teu coração junto ao meu
Sem a lança do cupido cravada
Depois de satisfazer teu desejo
Sufocada com meus beijos ardentes
Sepulta nosso amor me enganando
Libertina olente é como lhe vejo
Só ouço seus lamentos dolentes.
 
Soluços e lamentos fingidos
Por razão de uma visão pretenciosa
Mentiu quando jurou um grande amor
Suas promessas e juras por fingimento
Tu és uma estrela decadente
Nunca chegará aos pés da santa cruz
Receber de Deus a benção do casamento
És uma mulher sem amor comovente.
 
Lábios que beijei numa noite de luar
Corpo que abracei sedento de amor
Vos que ouvi ofegante ao meu ouvido
Corpos unidos pelo laço do querer.
Traíste, uma nova ilusão ou desejo?
Tua imagem imaculada caiu do pedestal
Perdeu o fruto do meu angelical prazer
Minhas retinas cansadas, já não de vejo.
 
Gilvan Bulhões – Recife, 28/07/2019

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