Troto pelas avenidas; nos sonhos, cavalgo
E galopo sobre os seixos da metamorfose;
Tempestades de areia agasalham a psicose
E, diante do Saara que há em mim, sou algo...
 
Embaralha-me a neve salpicada pelos ventos
E me derreto pleno sobre as geleiras da muda;
Temporais solares me aglutinam na espuma
E, diante da saudade, justaponho sentimentos.
 
Perambulo solene sobre os astros cadentes
E, sobre a metafísica dos corpos ainda carentes,
Sou uma bússola que demarca as distâncias...
 
Enveneno-me o âmago de sutil poeira cósmica
E, diante da existência assaz esdrúxula e caótica,
Mato-me a fim de que obtenha novas infâncias!
 
 
DE  Ivan de Oliveira Melo

 
 

Ivan de Oliveira Melo
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