Dizvirginada Pombinha

Dizvirginada Pombinha

Deitada a esfaimada pombinha
Sem sinais de vícios
Bate as asas do medo, da vergonha
Clamando socorro às horas, ao tempo...
Não sabe se fica, se corre, se grita...
A pombinha é um anjo, meu Deus!


Repousando sobre as plumas da decisão, verte tremor
Tremula faminta de amor, sedenta de prazer
Não é frio; é a força que se contesta!
Ela já ri com a alma
Meus olhos brilham de ternura
E o coração, responsável pela nova paisagem,
Balança desorientado, decidido a não feri-la...
Tão doce, tão viva, tão forte...
Um baluarte
A pombinha, meu Deus, é serenamente pura!


Sua virgindade pisca, agita-se
Sussurrando o rasgar do véu
Clamando o desabrochar livre das asas
Asas virginais...
A pombinha, meu Deus, grita!

Robson, poeta da nova vida
© Todos os direitos reservados