De onde vim nada a esperar
O reencontrar dos tempos e sentimentos
E do passado se fez presente
Como um nobre cavaleiro de armadura
Ao te ter ao meu alcance, mesmo que estivesses tão distante
Descobri-te em mim guardado
Sem saber de quando vieste
A assombrar minha vida quase certa
De um desatino um rompante
Entrego-te o corpo, meu nobre peão
O coração ? esse se perdeu...
No tempo sem tempo de viver
No espaço da ausência
Na ausência da presença
No sonho de lembrança
És o meu cavaleiro perfeito
Que do desencanto me resgataste
E do momento em que fui tua dama, mulher e amante
Trago as doces lembranças de nosso devaneio de pecado
O teu sabor na minha boca, o teu toque na minha pele
E a doçura dos teus lábios de encontro aos meus...
Do tempo em que poderia ser mas não foi
Ah, meu nobre cavalheiro, meu peão
Foste o desvio real de uma vida quase irreal
Tornei-me errante em pecados de corpo e mente
Letra escarlate daqueles que não mais se pertencem
E que outra vida, por destino tiveram
Será o peso que de bom grado carregarei para sempre
Lembrando-me do homem que foi meu mesmo que por momentos
Escondido para sempre dentro de uma armadura
Guardado em uma vida que não é minha
BELO HORIZONTE
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