Aos Desiludidos.
Quem me dera crer que há companhia neste mundo...
Olhamos profundamente o abismo, mas ele é mais profundo...
Sabes aquele cão sarnento e cheio de pulgas que vês na rua?
Quando veio à existência, tudo era novo e cheio de cores
Para a ignóbil e mansa criatura. Todavia, à luz da trigésima lua,
Talvez, o pobre ser tenha descoberto todo o sentido das dores...
Eu sou o cão. Talvez leproso, subserviente e abanando o rabo...
E tenciono ser arrogante, como se tivesse pedigree.
No mais, quero almejar atenção, mas querem me dar cabo,
Posto que, a sociedade me vê como incômodo e ninguém a mim sorri...
Eu me sinto tão sozinho e extremamente alheio...
Quem me amará se eu não me amo, se apenas quero visceralmente os ossos
De restos de problemas de um traumático passado...?
Mas embora reconheça meus defeitos, nos outros, não os anseio.
Quão hipócrita, cachorro louco! Mereces, de fato, os destroços
De todas as coisas espúrias do universo, pois que és o cão abandonado...!
Ah, eu me sinto tão só... Eu queria amor e atenção...
Mas, vede, humanidade: temos todos, de certa forma, a vida deste cão...
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença