O Romantismo Nosso de Cada Dia

A paixão e o amor fazem parte de nós, humanos.
Quer apareçam cedo ou tarde, o fato é que esses dois sentimentos surgem.
Brotam, crescem... e as vezes duram por muito tempo.
Ainda que a paixão e o amor se desvirtuem, com o ficar sendo mais corriqueiro;
Com o sexo se tornado mais descompromissado.
Há sempre uma pessoa, no mínimo uma pessoa, que faz com que os beijos e as carícias mais íntimas ganhem um significado maior do que o prazer ocasionado por tais atos físicos.
Há sempre uma pessoa, no mínimo uma pessoa, que faz com que um dia ensolarado fique mais bonito, que faz com que um dia nublado não seja tão depressivo, que faz com que os dias, sejam eles como forem, ganhem contornos mais coloridos, mais alegres.
Que faz com que notemos a beleza da natureza de forma tal que sem tal pessoa, dificilmente conseguiríamos notar.
Mesmo em tempos onde o romantismo não é tão valorizado, e por vezes considerado como sinônimo de fraqueza emocional.
Parece que há ao menos duas datas onde ele ainda é guardado, preservado, mantido incólume:
O primeiro, ou melhor, os primeiros dias se tratam dos aniversários de namoro e de casamento.
O segundo, o dia dos namorados.
Parece que ao menos nesses dois momentos o lado mais romântico dos seres humanos pode aparecer sem receio de represálias.
Quem não gosta de uma declaração sincera de amor?
Mesmo quem não faz parte de um dos pares admira isso.
Amar não é para quem é egoísta.
Exige entrega, dedicação, compreensão.
E com constância (talvez o aspecto mais difícil).
Mas entregar-se ao amor, à paixão que lateja em nosso ser ao ver ou pensar no amado ou na amada, não vale o risco?
Será que o abrir mão de caprichos pessoais não vale, em troca de ver o sorriso de quem se ama, em troca da companhia dele ou ela?
Preferimos trocar os dias mais coloridos pela palidez dos dias corriqueiros com a presença única de nós mesmos?
Estar apaixonado e estar amando faz com que as barreiras do eu sejam derrubadas. Mas no terreno do nosso coração, será que o invasor ou a invasora não tornará o lugar melhor?
Amamos e nos apaixonamos por um beijo, por um abraço, por uma voz, por um toque... Mas sempre há, no mínimo, um beijo que não é apenas um beijo;
Um abraço que é diferente dos outros abraços;
Uma voz que soa nos nossos ouvidos de maneira diferente de outros sons;
Um toque que faz com que arrepiemos não apenas externamente, mas internamente.
Quando isso acontecer, meu caro e minha cara,
Ah, entregue-se. Deixe que a paixão ou o amor brote, cresça, floresça.
Pois satisfazer desejos e vontades nossas, que são puramente biológicas, é algo até que fácil.
Mas poder passar dias de anos ao lado de quem consiga ir além do aspecto biológico, que faz sair coisas de você inimagináveis de sair por si só, ah, isso é difícil... muito difícil.
Ame com seu coração, ame com sua vida, pois a paixão e o amor pleno no ser humano só se dá quando o objeto dela invade todo seu ser.
E isso, repito, não é sempre que acontece.