Por debaixo das togas e batinas pulsam corações iguais ao de qualquer ser humano. Não é que por ser pároco ou juíz, o usuário de tal indumentária, esteja acima do bem e do mal, da lei natural da vida ou que seja um ser supremo, revestido, por causa da veste, de poderes e privilégios inconcebíveis aos semelhantes. Somos todos iguais perante a lei dos homens e a de Deus. Não é uma capa exterior, uma vestimenta clerical ou ocupacional, quer seja uma toga ou batina que encobrirá o ser corrupto que dela faz uso. O cargo, por mais hierárquico que seja, tanto para quem usa toga ou batina, jamais poderá ser utilizado para ludibriar o povo, ou fiéis burlando as leis e corrompendo o sacerdócio. Por isso meus senhores, não escondam a sujeira dos seus atos embaixo das togas e das batinas, seria melhor que não as usassem. Pois agindo assim, provam em nível muito mais elevado o mau-caratismo répobro, próprio de usurpadores nefastos, que por se acharem imbuídos de algum poder e autoridade, tentam tirar vantagem do cargo que ocupam. Saiba senhores que não existe nada que seja feito que permanecerá encoberto. As togas e as batinas estão sendo rasgadas e em brevíssimo tempo veremos a sujeira escondida. Ainda resta uma saída. Arrependam-se, abandonem as togas e as batinas, deixem a luxúria, a concupiscência, o dolo, a ganância, a soberba, a propina, a corrupção e o engano e revistam-se de humildade, de respeito e bom senso com a coisa pública. Somente assim, ao colocarem a cabeça no travesseiro, depois de um dia de trabalho, talvez possam dormir o sono dos justos e o coração refletir no rosto o sorriso do dever cumprido. Porque, tanto a toga como a batina, podem ser usadas pelos mesmos demônios. Basta.
Zeca Moreira - 20/03/2019
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