Mãe, sei que sou teu filho
Mas não vejo mais teu brilho
A lama cobriu teu nome
Meu estômago estremeceu
Teu filho adoeceu
Quando conheceu a fome
Evaporo-me em dor
Sinto muito calor
Da seca que te come
Joga-me teu manto d’água
Vem curar, Mãe, essa mágoa
Desse jeito a dor some
 
Quando olho para o rio
Eu sinto um vazio
Por ter dado poluição
Queimadas assombram minha mente
A água de tua nascente
Dissolveu-se em plantação
Não nado, posso me afogar
Na mancha que há no mar
Que mancha o teu pulmão
Não jogo a culpa em ninguém
Mas se quiser culpar alguém
Culpe a mim, tua criação

Sei que andas maltratada
Sei que estás devastada
Mas me perdoe de uma vez
O homem a cada dia mais te mata
Por favor, Mãe, não me bata
Sou humano e isso fui eu quem fez

Aqui, ponho-me em lugar de filho da Mãe Natureza (que realmente sou), pedindo perdão por toda devastação que nós seres humanos temos feito a ela.
Tiakuru
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