Eu procuro viver de uma ilusão,
como o bêbado faz na anestesia
do seu copo de pinga todo dia,
procurando fugir de uma traição;
Finjo que sou feliz à prestação,
como o que sofre de paralisia
pensa haver um fiapo de energia
nos dedos fracos da mirrada mão;
Dessa miragem viajando à bordo,
de vez em quando assustado acordo,
sinto de frio da febre um mormaço,
Olhando em volta,coitado, tremendo,
conscientizado de que estou fazendo
o pobre, o roto papel de palhaço!
josé riomar de melo freitas
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