Será impressão minha?
Ou virou coisa rara?
Porque até vejo flores,
Mas borboletas, nada!
 
Na minha infância era diferente.
Elas estavam por toda parte,
Brincávamos com elas
Com redinhas , fazendo arte.
 
Nos canteiros de margaridas
A presença era constante.
Via-se umas maiores
E pequeninas aos montes.
 
Era tanto amarelo
Que confundia o olhar.
Eram centenas delas
A nossa frente a bailar.
 
Não muito raro, se via
De outras cores também
Que mais tarde, num papel
As representávamos tão bem.
 
O mundo era mais colorido,
Mesmo na infância regrada
Sem tecnologia
A alegria não nos era tirada.
 
Hoje infelizmente
O mundo de cores esta ausente.
Para tantas e tantas crianças
É em branco e preto somente.
 

Neucelia Felix
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