Tempos de Outrora

 

Eu sou aquele tempo de outrora,

Do tempo dos coronéis, dos fazendeiros respeitados,

Das famílias nobres, cujo sobrenome era acatado,

Dos cantores de cordéis e dos poetas afamados.

Da boa musica romântica. 

Dos boleros e os valseados,

Do samba canção, dos tangos e do xaxado.

 

Era este nosso tempo, foi este nosso passado.

Onde fazíamos serenata, bainhados pela luz do luar,

E as canções românticas conjugava o verbo amar.

Exalto este bom tempo, comparando o tempo de agora,

Aluno que não respeitava o professor, da sala era posto pra fora,

Quando em casa chegavam, seus pais lhe davam uma sova.

Agradeciam ao professor, pela atitude de agora.

 

Hoje é bem diferente, os pais processam o professor

Que é o mestre e condutor e que ensina com amor

A professora era respeitada e como segunda mãe venerada,

Sua instrução e correção era trilha segura para nossa estrada,

Era soberana, reinava em nossas vidas como autoridade do saber,

 

Naquele tempo o pai era reverenciado e com temor.

A mãe era uma santa cujo altar era consagrado pelo amor,

Respeitávamos, obedecia e honrava-os com ardor,

Bastava um olhar de reprovação, temíamos nosso genitor,

Ousar levantar a voz aos seus pais? Era um horror!

Hoje filhos não os respeitam, os trata com despudor, 

Não mais os obedecem, considera-os como quadrado. 

Pra nós de antigamente é filme de terror.

 

 

Sou de um tempo que numa cidade tinha só um policial,

Este era o dono da cidade, protegia o povo, sem maldade,

Todos nos os considerava com uma grande autoridade,

Quando saia de farda, capacete e armado, agíamos com cuidado,

Pois o homem tinha força, moral e era admirado,

Hoje tá muito diferente, ninguém respeita ninguém, tá danado!

Bandido rouba, assalta e mata, vai preso mais logo é solto e liberado,

O policial é processado, julgado e condenado e fica desempregado,

Será que tá certo ou tá errado?

 

Naquele tempo, as mocinhas eram decorosas e cheias de amor, 

Namoravam com respeito, guardavam seu corpo com pudor,

Para entregar-lhe ao seu esposo no matrimonio com ardor.

Hoje é bem diferente, foi riscada do dicionário a palavra pudor.

Agora está tudo de cabeça pra baixo, o decoro perdeu o valor.

E pra completar a veracidade desta boa definição

Está ai ‘João querendo ser Maria e Maria querendo ser João’

A humanidade viaja agora na contramão.

 

Nestes versos e nestas estrofes, não estou a ninguém criticando,

Quero apenas comparar o passado com o presente citado,

Para juventude de hoje melhor sua vida e ter bom resultado.

Não tenho preconceitos tão pouco faço acepção de qualquer lado,

Hoje na minha idade bem vivida, revivo todos os dias o meu passado.

Dos tempos de criança e mocidade, onde vivi num mundo encantado

Hoje contemplo nossa juventude num mundo desenfreado.

 

Nos dias contemporâneos, temos a tv , celular e computador,

Ferramentas da modernidade que a ciências criou,

Outrora o telefone era raro, o correio demorado, mas tínhamos o rádio.

O disco de vinil e logo depois o extinto gravador,

Tinham velhas novelas, Jerônimo o herói do sertão,

Radar o homem do espaço, balança mais não cai,

O som fanhoso todas as tardes ouvíamos, mais com muita emoção.

 

Setenta anos se passaram deste tempo maravilhoso,

Muitos já partiram deste mundo desta nossa geração 

Poucos ainda restam, mas eu me sinto orgulhoso!

Pois estes tempos não mais voltarão, ninguém mais os viverá,

Se eu pudesse, pegaria o túnel do tempo para lá voltar,

Porem o tempo não voltará jamais só pra frente ele irá.

E nos iremos com ele até quando Deus ordenar.

 

Bons tempos, bons momentos... Que saudades!

 

Manoel Botelho de Queiroz- Guaçuí/19/02/2019

“Do passado temos muito que lembrar quem não tem um passado na memoria, não tem uma historia pra contar”.

OBRA ESCRITA PELAS RECORDAÇÕES DOS VELHOS TEMPOS DE CRIANÇA E JUVENTUDE NOS SERTÃO BAIANO, REGIÃO DA CHAPADA DIAMANTINA, ANTIGA CIDADE DE ITACIRA, HOJE WAGNER.
UMA INFANCIA MARAVILHOSA, UMA JUVENTUDE SEM DROGAS E COM RESPEITO AO SEMELHANTE.

GUAÇUI-ES

manoel botelho de queiroz filho
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