Falecido! – Eis como estou neste orbe hediondo!
Sem visão, sem sentimentos... Vida assaz dissipada
Pela morte que não perdoa... Já não sou mais nada
E minhas carnes devoradas e o corpo em estrondo!
 
Cemitério esdrúxulo! Corvos que saqueiam vermes
Dentre as parafernálias da gleba úmida... sem brilho!
E eu, destronado da Terra, permaneço sem estribilho,
Totalmente decepado por garras nojentas de germes!
 
A inconsciência é minha fotografia dentro do túmulo.
Desmoronou meu coração dilacerado de dor! Absurdo
É o engenho miasmático que destrói a consciência sã!
 
Amarga desventura é presenciar as mazelas deste fim...
Alucinógeno estarei configurado eternamente assim,
Sem a oportunidade de vomitar minha estrutura pagã!  
 
 

 
DE  Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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