O olhar feito cântaro

Cheio até a borda de puro mel

O olhar como favo

ou quem sabe

Uma teia de ternura

Abraçando o mundo.


O olhar feito barco

Para carregar o outro

Até a outra margem

Em busca de um porto seguro.


O olhar feito carruagem macia

para conduzir me com delicadeza

pelos labirintos da vida

Até ao seu próprio coração


E foi assim com tamanha singeleza 

que o seu olhar me fez ver

O quanto amo você.

 

 

MARCOS AURELIO CUNHA
© Todos os direitos reservados