O navio que trota sobre as águas
Balouça sobre as ondas e, aqui e acolá,
Trepida em certo momento e se lança a ermo
Diante dos torvelinhos que assaltam a coragem
Deixando trépidos os olhos, marejados de medo.
 
Valsar dentre as vagas revoltas de um oceano
É dialogar com uma imensidão sem fim, infinita...
O sal é arremessado perante o paladar que o prova
E o retém submisso e acovardado . Eis o pânico!
 
As gaivotas se entrincheiram em revoadas nervosas
Esboçando sorrisos pelos traumas das embarcações
Que se perdem em ilhas sem nome e desconhecidas.
Dantescas tempestades se acrisolam sobre os mastros
Enquanto uma chuva torrencial varre o horizonte...
 
Relâmpagos traçam entre as nuvens riscos audaciosos
E despejam contundente energia sobre a terra órfã,
Cansada e sonolenta... Eis a prosopopeia do tempo!
Assim, os raios flamejantes ressuscitam teares vulcânicos...
 
 
DE  Ivan de Oliveira Melo
 

 
 

Ivan de Oliveira Melo
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