Croniqueta

Estava lendo aqui na minha humilde biblioteca quando chega um bem-te-vi e pousa mansamente na corda de roupa frente à janela. Imagem belíssima e essencialmente poética. Gosto muito de bem-te-vis. Já que meu vidro é espelhado, ele não podia me ver. Pensei que ele contemplava sua própria imagem no vidro. Fiquei comovido e usufruí intensamente aquele momento. E eis que ele me dá uma última olhada, vira-se e dá uma esguichada de caca no vidro. Fez de propósito, o sem-vergonha, pra me afrontar!