Tentamos prolongar o tempo que temos no mundo

Para evitar o esquecimento, da carne a podridão.

Todavia, as horas são algozes: agentes da escuridão

Da eternidade - a qual, impassível, traga-nos com teor iracundo.

 

Não há como escapar desta lógica simples. Eu não me confundo

Quando sei que não posso evitar a minha aniquilação

E tenho um surto de "spleen" contemplando a deterioração

De tudo o que construí segundo após segundo...

 

Queremos injetar tempo em nossas veias... Mas para quê!?

A imortalidade seria frustrante, dolorida... Crê!

Já é longo demais o nosso imenso fardo de penar...

 

Amores incorrespondidos, doenças incuráveis, eterno desgosto...

A lida humana já é tão dura... A vida, um sol posto

O qual reserva a noite negra... Não há um porquê de se eternizar.