Conta-me histórias de como vencer o medo,
Como inventar fábulas que carreguem as preocupações embora
Ensina-me mais ao abrir as janelas e escancarar as portas,
Ajusta os teus tempos aos meus para me manter acordada,
Não fale-me dos dias passados, dos amores assinados em algum muro caído
Conta-me até onde lembrares de todas as vezes em que nos conhecemos
 e outras que fores capaz de inventar
E ainda que eu durma não se vai ainda
 Esconde-te nas paredes, nos móveis nas dobras da minha pele,
Fica sempre mais, vestido de tecidos, ou nu no vão das escadas,
Só não me ensine a tatear nas sombras
Condenada a me perder no esquecimento
 
Charles Burck
 

Charles Burck
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