Meu paladar arde e adormece

No êxtase insano deste sabor o qual queima

A garganta e a língua; o cérebro teima

Em cálculos doidos enquanto a razão enfraquece...

 

Bebo para esquecer as mágoas e tamanhas frustrações...

Quem nunca se viu sem rumo, deveras perdido?

E eu que já nem sei se tenho amor ou libido,

Vou engolindo as doses de whisky saboreando alucinações...

 

Parece que a vida vem trazendo marés de más notícias...

E, embora a ebriedade não seja o caminho,

Vou descontando no copo todos os espíritos das malícias...

 

Devo abandonar as esperanças ou largar a amargura?

Esta bebida também é amarga e o mundo tem tanto espinho!

Quem me há de trazer a resposta e, quem sabe? Um pouco de doçura?