Espanto de um colibri


Espanto de um colibri
             Joana Prado Medeiros ( 14-11-14)
 
Desisti de ir embora pra Pasárgada
O meu porquinho da índia dei para a vizinha mais próxima
A estrela da manhã eu perdi em uma noite sem lua
E Kafka me fez pensar em sushi
Comi e me perdi.
 
Não me transformei na metamorfose sonhada
Nem tive medo de amar com Erich Fromm
Não me calo com Frida Kahlo
Porém confesso que vivi
E com Neruda quero ir morar.
 
Cantar ao amanhecer passarinhado com Manoel de Barros
Sem o tempo das horas com Mario Quintana
Ser uma eterna primavera sorrindo com Cecília Meireles
Quero apenas o nada do errado que todos dizem
Na tessitura plissada de uma vez e sempre Joana ser.

Joana Prado Medeiros
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