Ontem à beira de uma estrada,
Que liga a civilização ao interior,
Eu me agachei de cócoras
Para ver de perto as formigas,
Em fila e atônitas,
Aflitas com o equívoco da jornada.
Em casa, nas noites de árido
Verão, nas Gerais,
Há uma nuvem, nos vitrais,
De mariposas sazonais,
Afoitas pelas luzes do edifício.
Enquanto lá embaixo, no alicerce,
Os sapos com suas línguas longas,
Diuturnamente fazem rondas,
À espreita da desavisada que desce.
Todas circunstâncias agonizantes
Por equívoco simplório
Das formigas itinerantes
Das mariposas e sapos ilusórios.
Também se equivocam os humanos
Quanto aos sentimentos
E às pessoas e aos planos
Falibilidade ou futilidade, quiçá.
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