Meus cinco sentidos vivem deveras acesos
Em meu esqueleto de chumbo na sepultura,
Na escuridão desse ambiente se configura
Uma Lua que não brilha, pois o Sol é obeso.
 
Nos riachos, oceanos, em todos os morros
Tudo o que estava perto agora está distante,
Até o infinito beijo do cosmos astros amantes
E me vejo translúcido até quando estou morto.
 
Minha carne apodrece, estou em tenaz delírio,
Agora estou inorgânico  e meu aroma de lírio
Transforma-se no túmulo tal qual doce amargo...
 
Não vejo luz nem sombras, há um oásis deserto
Que são as lágrimas dos corvos que vivem decerto
Nas catacumbas que se obrigam a reter os fardos!
 
 
DE  Ivan de Oliveira Melo

 
 

Ivan de Oliveira Melo
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