LOBA EM PELE DE MULHER - Soneto

LOBA EM PELE DE MULHER - Soneto

Aquela que não se constrói, se preserva
Já nasce formosa e se mantém graciosa
Nada se destrói, como na deusa Minerva 
Ser mulher charmosa, sempre carinhosa

Dádiva da natureza, expressão da beleza
Selvagem Artemisa, com alma de poetiza 
Sublime delicadeza ligada à suave pureza
Indócil como a brisa de direção imprecisa
   
Flor que desabrocha, sólida como a rocha
Mulher caçadora, quando quer, predadora
Na sua história é autora, valente lutadora

Linda cabrocha que do sofrimento debocha
Ao lado do parceiro corre com passo ligeiro
Igual casal lobeiro, tenaz fêmea por inteiro

Marco Antônio Abreu Florentino

Poema que enaltece e homenageia as mulheres que, como a escritora e psicanalista Junguiana Clarissa Pinkola Estés bem colocou no seu best seller ¨Mulheres que Correm com os Lobos¨, conseguem resgatar a natureza instintiva de mulher selvagem, estado natural que foi sendo domesticado pelas grossas camadas do condicionamento social através de um processo histórico civilizatório cada vez mais opressor. Nem sempre os lobos foram vistos de forma preconceituosa como animais terríveis e demoníacos. Na mitologia grega era considerado o consorte de Artemisa, a deusa da vida selvagem e da caça. Segundo a escritora, a energia vital das mulheres pode ser restaurada desse condicionamento social subterrâneo até o ponto em que apareça a corajosa loba que vive em cada mulher.

Dedicado às mulheres que uivam para a lua, seja em canção, pensamento ou sonho.

https://youtu.be/p1z5YE792vQ

(Woman - John Lennon)

Marco Antônio Abreu Florentino
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