Madrugada


Sou mais a madrugada arredia
que não é noite nem é dia.
É orvalho e alvorada
oração intercalada
no silêncio que prenuncia
o novo que virá.

Sou a madrugada interposta
mediando o morrer da lua
e o nascer do sol
a deixar no ar um ar de “o que será?”
O abandono onde todos vestem sonhos
na espera do novo que virá.

Sou a madrugada sem atalhos
onde livres brincam os pensamentos
e a magia tece em colcha de retalhos
palavras colhidas do momento
em que versos se trombam,
emoções se encontram,
ritual da paz…
É manhã que chega.
Madrugada que jaz.

Carmen Lúcia