Quando eu morrer, lancem meu corpo à água do mar, ao sal do mar.
Não sintam remorsos, não conjecturem paixões, cismas ou superstições.
Deixem que a morte se multiplique em mim, permitam que o sol me coma ao amanhecer,
para que eu possa me dissipar envolvida por seu sêmen em chamas;
para que meus sonhos não adormeçam na lama pútrida; para que eu seja não mais um corpo, apenas,
mas uma multidão em cena;

 
para que eu possa renascer todos os dias a gozar na água do mar.

Tereza Du\'Zai
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