Nas noites de procela, o mar geme
E os ventos, uivando, ruminam fúria;
Parece que a natureza chora e uma cúria
De pássaros gargalham sibilos em seus lemes.
 
No conforto das janelas as cortinas balouçam
Derribando objetos no soalho de pedra;
É a atmosfera aborrecida que, em sentinela,
Açoita as nuvens carregadas para que se ouçam
 
O afoito relampejar e as raios assaz atrevidos!
Trovões fazem quebrar no silêncio de vidro
As últimas palavras que assanham tempestades.
 
E o assalto se dá na madrugada escura e íngreme:
O tempo se abre e a Lua, principesca, torna-se vitrine
Ante o arrebol da manhã... E o orvalho, majestade!
 
 

 
DE  Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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