Sempre do meu pensamento serei detento
Por mais que a inconsciência seja contrabando
Dos conflitos que sugam do raciocínio o banzo
Que perfura da solidão o sonho que acalento.
 
Desejo resguardar no âmago todos os instantes
E fomentá-los sob a égide do querer mergulhar
Nas piscinas onde minhas lágrimas formam o mar
Da nostalgia donde enxergo tantos barcos distantes.
 
E enquanto o tempo for meu mais sincero cicerone,
Certamente terei no amparo dos deuses um clone
Para deleitar-me a fim de que possa suportar a dor...
 
Um dia, num futuro próximo, prolatarei tal devaneio,
Então da saudade formar-se-á o mais sagrado enleio
Que é a prisão de morte daquele que fenecerá de amor!
 
 

 
DE  Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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