MECANICAMENTE

E eles eram amigos

Daqueles que um sofria pelo outro.

Ela chorava, desabafava 

Molhava por completo, seus ombros.

 

Com o tempo, ela deixou a paixão

Que tanto magoava e feria seu coração

E deu e se deu uma chance

Da felicidade não ser só por alguns instantes.

 

Sem pensar duas vezes,

Naquele redemoinho de emoções, se jogou

E pôde descobrir o sentimento de seu amigo

Era o mesmo que o dela, era amor.

 

E eles namoraram, noivaram

Como tudo na vida quando se quer 

Um bebê de surpresa, e no fim

Um casamento se formou.

 

E ele que a chamava de linda

Que elogiava e dava palpites das suas roupas

Todo aquele cuidado, carinho

A atenção foi se dissipandando.

 

No seu lugar, as críticas e reclamações

Ela se virava com os afazeres da casa

Cuidar de um bebê, sem descanso...

Parecia máquina de múltiplas funções.

 

Ele chegava de sua jornada,

Selava um beijo seco e doce

Se deitavam e ela o satisfazia

Poucas palavras, sem emoções.

 

E os " Bom dia" escritos  no celular

Se tornaram figuras, esquecimentos

Até ao ponto de se tornarem raros

A mesma desculpa, trabalho, obrigações.

 

E ele chegava, dava um " Boa Noite"

Selava-lhe os lábios, ela sorria.

Fingia não notar quando o telefone tocava

Ele corria, ou se escondia.

 

Quem não se contentava com pouco,

Hoje chora escondida

Mantém a pose de esposa e marido perfeito

Na familia, na rua, se omitia.

 

E era tudo mecanicamente,

Não haviam mais os romances

Muito menos, marido e mulher

No lugar, somente mensagens da amante.

 

E ela se culpava, como entender?

Onde foi que tudo mudara

Quando ele deixou de ser o homem perfeito

Para ser aquele homem que a apunhalava?

 

E se perderam, aqueles jovens 

Ela, logo se cansou

Amou outro amante

E ligeiramente, se separou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Luzyeny Sintz
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