Sinto,
Sinto tudo o que conspira
Neste ímã chamado planeta,
Desde o fogo nervoso da pira
Até a frágil asa da borboleta.
Sinto,
Por isso me chamam poeta,
Louco, rebelde, inconformista,
Porque sinto e não sou de pedra
E não tenho embaciada a vista.
Mas meu sentir não se cala
Por que o mundo quer
(Esse mundo ninguém agrada!),
Sinto e viverei sentindo,
Até que o peito vívido
Rebente... e não reste nada.
Lucilla Guedes
© Todos os direitos reservados
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