UM CONTO DO MUNDO
 
Conto um conto e aguardo
As verdades que ele trás
Contorcendo como siglas
Descobrindo os sinais.
 
Sinais do tempo marcado
Veracidade a se impor
Nos pergaminhos guardados
Do verso restrito do amor.
 
Amor que se enfatiza
Como poesia a montar
Frases diversas que falam
Do conto que vou contar.
 
Era um sonho de verão
Flores em alta tensão
Sol brilhando no horizonte
Plumas fluindo chão.
 
Uma canção predileta
Uma voz a entoar
Repetindo ao ouvido
O som que vem lá do ar.
 
Barulhos que faz os carros
Ronco louco de motor
Ondas quebrando na praia
E o silêncio da ilusão.
 
Como sombras que se alongam
A cada passo que aqui der
Ventos que assopram a vida
Chuva branda a formar.
 
Trazendo o eco da terra
Contendo o medo do lugar
Em cada esquina que guarda
Histórias a se montar.
 
E no conto da cidade
No conto do canto que há
A solidão multiplica
Como vidas a flagrar.
 
Num erotismo sem trégua
Sem se ocultar do luar
Que de olhos extasiados
Vê o mundo transformar.
                                          E2RM

 
                                                 06/02/2017

Rita Marilda Paulino
© Todos os direitos reservados