MOMENTOS DE ANGÚSTIA

 

Maldito seja  o dia da minha tétrica natividade.
P
or que, meu Deus, tanta amargura nesta vida?!
Supinos reveses tenho suportado em suavidade;
Sina ingrata que a esse desgraçado é cometida! 

Fracasso! Ah! Velho companheiro desta minha lida!
Acolitando na feitura da minha infame acerbidade;
Arquiteta o fatalismo a minha existência malferida,
Consagrando as fráguas na mais perfeita habilidade. 

Frívolos debuxos que fiz à minh'alma ora condoída,
No talante em alcançar a mais profunda felicidade.
Vozes conclamaram para esta testilha tão bandida,
Momentos de agruras atabafaram minha alacridade. 

Ó Divino! Dos céus já não tenho a mais ínfera guarida!
Inumado no ostracismo de uma sórdida vulgaridade;
Por este agro mundo-cão com entrada e sem saída,
Caminha esse miserável na cura da sua enfermidade. 

 Rivadávia Leite


Rivadávia Leite
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