Cabrita

Suores,

A minha pele na sua,

Cabrita fogosa

Pelada no meu pasto,

Um fogo nas partes de baixo,

Se esfregando no meu corpo

Feito cobra no cio

A minha língua se embaraça na sua

Presa no meu laço

Nua de corpo e alma

Não temos medo de nada

Seu hálito de vinho

Me alucina

Feiticeira selvagem,

Me mela,

Me morde sem culpa 

Vou chupar você minha fruta,

Lamber sua carne em chamas

Derrame toda a sua fúria

Nesse seu gesto de entrega

Uma açucena aberta

Preparando a cilada

Rasga no dente o pouco juízo

Que me resta

Que eu quero é fazer festa

Nos lençóis da sua cama

Porta fechada,

Um calor,

Um vapor que embaça o espelho

Ela não sabe o que acontece 

Com quem brinca com fogo,

Ela vai querer de novo

Mas vai ficar só na vontade.