Correntes

Minhas asas nas suas mãos,

Anés de fumaça nos une

Pequenos deslizes

Nos fazem perder o sono

Continuo presa nesse espelho,

Na desordem de um universo complicado

Giro em torno de mim,

Num círculo de sentimentos idiotas

Desgraçadas raízes que me prendem

Na inquietude do seu corpo

Estúpida necessidade de ser sua

Nas linhas da sua vida,

Meu miserável destino

Um misto de Morfina e estricnina

A minha carne desenha

Os seus olhos de serpente

Você transita como lâmina

Lentamente por dentro dos meus poros

Sua sombra me vigia em vão

As minhas asas continuam

Acorrentadas nas suas mãos.