Meu bem,
Sem ter você por perto
Sou bicho da seda
Sou projeto de borboleta
Sem a existência da lagarta
Sou chuva fraca no deserto.
 
Meu bem,
Sem você, sequer há risos
Na luz de meu olhar
Minha pele perde o viço
E amanhece insosso o despertar.
 
Meu bem,
Levanta a reboque o nascente
E o dia nem anda, amuado,
E desanda pálido o poente
Sem teu fulgor a meu lado.
 
Meu bem,
A noite se apresenta infinita
Com luzes opacas da solidão,
Que ofusca o pulsar do coração
E desbota o arco-íris que é a vida.