Te amo todas as vezes

Eu te amo, como toda a minha vida fiz e quantas vezes nem sabia 
Nem sabia que já amava de profundo e tão antigo amor
Em tudo o quanto amor quer dizer amor
Eu te sentia caminhando o meu caminho entre as minhas desnecessárias procuras
De tudo o quanto escrevo, cada coisa quer dizer uma coisa só
Alinho-te no meu dicionário afetivo, onde acrescento palavras que invento, 
Desvento é quanto o tempo ventar já ventou, quando tudo se aquieta ao fazer amor
Atuntuntar é quando o coração quase para de bater de tanto tamborilar 
Quando os olhos se preenchem quando te vê chegar 
Eu aderno feito barquinho de papel crepom no aguaceiro do querer, 
Sou frágil feito menino poeta que se entrega ao seu carinho, 
O certo é que o dia se faz bonito para te fazer bonitar, 
E sempre assevero que o melhor vida é te amar, 
Mas não só te amo de amar, te amo quando me desnudo, da alma que se cura, 
Quando escuto das pedras fazer sinfonias de violoncelo, 
Quando a veia romântica se expande e faz um concerto de Bach
Quando os fusos horários se confundem na geografia, 
E o dia pode ser dia ou poder anoitar, 
Teço a tessitura de viver cada dia, mas a eternidade é cada minuto de te ter,
 Sou teu poeta, sou teu poema, sou teu verso a versar o tudo que tenho 
Sou bicho assustado ao ver o tamanho do amor que me eleva às alturas 
E de lá de cima vejo quanto o mundo é pequeno para tanto amar

Charles Burck

Charles Burck
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