Deixe-me chorar, minha atitude
É banhar o meu rosto com as lágrimas
Derramadas, pois a minha juventude
Foi embora, me deixando só as lástimas!

Sou culpado pela minha desventura
De não ter aproveitado a mocidade,
Hoje eu quero, mas só resta a amargura
Que eu resgato dos arquivos da saudade!

Meu lamento de dor me alucina,
Mas eu preciso extravasar a minha ira,
Sem fazer ninguém sofrer com a pífia sina

Que eu carrego e mereço, e que me tira
O sorriso da face, e, contamina
O meu ser que em vão chora e delira!

Autor: José Rosendo

Nazarezinho, 22 de abril de 2006