A Santa de Vilar Chão - Portugal

A Santa de Vilar Chão
           Portugal
 
Da Amelinha era chamada
Essa pobre menininha
Que vivia, meio entrevada
Quando 16 anos tinha,
Em 1946, foi convidada
A dizer-se de santinha
 
Dizendo-se assim curada
Pela mãe Virgem Maria
Essa farsa foi montada,
Pelo Padre da freguesia
E o médico, seu irmão
Assim foi feita a abjeção
 
De cruzes a estigmatizaram
Dizendo que foi de Jesus,
Para tal utilizavam
Tintura de iodo, em cruz
E aos milhares enganavam
Em nome da fé, que seduz
 
Acorreram multidões
De norte a sul de Portugal
Buscando por soluções
Cada um para seu mal;
Na santa das aparições
Novamente !... é casual
 
Fingindo, fingiam tudo
E como milagre, anunciaram
Uma espécie de eclipse no sol.
Ocasião em que parecia rodopiar
 Numa auréola avermelhada
E o povo ajoelhou-se a rezar
 
Vários milagres eram encenados
Como quando, com uma seringa,
Apagada a luz de seu quarto
Disse que eram gotas d’água
Que Deus mandava do céu,
Isto, fazia parte da frágua.
 
 Milhares de peregrinos,
Constantemente enganados
Enquanto esses cretinos
De dinheiro abarrotados,
Jóias e anéis, amontoados
Pois na arte, eram ladinos
 
Não pensem que esta história
Foi inventada por mim
Ainda guardo na memória
Quando minha mãe disse assim
Meu filho vai beijar a santa,
Tendo eu, nove anos de idade,
Não podia negar sua vontade !
 
Amélia da Natividade Rodrigues Fontes
Era o nome de Amelinha,
O do padre da freguesia
Era Humberto Flores,
Que, do médico, era irmão
E atribuiu, milagre à curandia
 
São Paulo 04/08/2016 (data da criação)        
Armando A. C. Garcia

 
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