Erotique

Quando o teu corpo sedento e silencioso entra em chamas,
Ele chama o meu num piscar de olhos que não engana.
E, quando a sirene do nosso desespero lúdico disparar,
É alma suplicando na entrega da pureza ao devorar...

E assim, em prosa perfeita, com erro, sem acerto,
Que consome os nossos conteúdos, um sorriso perfeito,
Certeiro e revigorado, como um renascimento parido,
Na prazerosa saudade invadindo e corrompendo sem limites...

É a pele que derrete, são os poros que nos entregam,
É tua saliva, teu arrego, teus movimentos ingênuos,
Tua sutileza engrandecendo na loucura mais insana...

Este é o desequilíbrio necessário que sacode os alicerces,
Sem o pudor do orgasmo, sem o louvor divino,
Porque fazemos do céu a nossa terra, tua boca, o meu delírio.