Os festejos da vida no campo

Meu bem,
Lembras os festejos da vida no campo,
Depois de uma noite chuvosa de outono,
Que desaguou para por termo à estiagem,
E vestir o bucólico de verde roupagem?
 
Meu bem,
Lembras a algazarra dos pássaros nos pomares?
A nuvem de alvissareiras mariposas nos ares?
O alarido das crianças nas brincadeiras?
A sinfonia acelerada das águas nas cachoeiras?
 
Meu bem,
Lembras o desabrochar em cadência
Dos brotos das folhas nos arvoredos?
O desenrolar sincronizado na paciência
Das centopeias nos musgos dos lajedos?
 
Meu bem,
Lembras o renascer ávido dos grãos
Na terra úmida e repleta de vida?
Lembras a fragrância das flores
Que se abrem singelas pelos caminhos?
 
Meu bem,
Assim amanheceu meu coração,
Reverberando a saudade incontida
Num intermitente palpitar de amores,
Embora distante de teus carinhos!