Neste instante noturno
Em que se sobrepõem
Os ponteiros do tempo
Agora revivo os tempos
Em que vivi nos recônditos
De Minas da minha infância.
Irrequieto ao pé das montanhas,
Contando os milésimos de segundos
Para ver meus pais chegarem da cidade;
Eu abria todas as portas e janelas
De nossa casa grande e translúcida,
Eu subia nas cancelas e árvores frutíferas
E por minhas veias se avolumava a angústia,
Que emergia nos poros, da infinita espera.
E meus olhos, feito lunetas,
Viam, além dos limites do planeta,
Um sentimento que só a inocência
De criança saboreia e expande.
Assim, vivo agora esperando por tua volta,
E como este momento demora!
Pois que de mim vives distante.
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