AMOR E ÓDIO

Amor fala direto ao coração, ignora os apelos da razão


Ódio transforma boa ação em motivo torpe de violação

Amor é paciente, torna o humano um ente mais prudente


Ódio é igual corrente no inocente quando fica dependente

Amor não aceita conselho, com a certeza caminha parelho


Ódio é olhar no espelho e ver o mundo tingido de vermelho

Amor é confiar e se entregar sem ter o medo de tropeçar


Ódio é comandar e intimidar criando pretexto pra duvidar

Amor é precedido da paixão, depois anda ao lado do tesão


Ódio é pura decepção quando busca no outro sua atenção

Amor é essencial e universal, também eterno e atemporal


Ódio é passageiro e ocasional, pois tem causa superficial

Amor é a pétala da flor que acaricia a face do torturador


Ódio só entende o terror de quem se curva diante da dor

Amor é suave remanso ao viajante que procura descanso


Ódio é provocar ranso em pessoas que agem como banso

Amor é certeza da fé que transcende as doutrinas da Sé


Ódio recorre a má fé de quem faz do cotidiano um banzé

Amor e ódio são forças dinâmicas do movimento dialético


O estético que se complementa pra evolução do ascético

Marco Antônio Abreu Florentino

Homenagem aos grandes personagens da história humana como Jeshua ben Joseph (Jesus Cristo), Siddhartha Gautama (Buda), Ch'iu K'ung (Confúcio), Sócrates, Platão, Muhammad Bin Abdullah... (Maomé), Santo Agostinho, Tomás de Aquino, Jean- Jacques Rousseau, Bhaktivedanta Swami Prabhupada (tradutor do Bhagaqvad Gita), Mahatma Gandhi, Martin Luter King, John Lennon, os quatorze Dalai Lama do Tibete e outros que, a despeito da utopia do amor universal, como quer o poema, contrapondo-se à verdade terrena do ódio entre os homens, acreditaram e inclusive imaginaram, até o fim das suas vidas, um mundo utópico comandado pelo amor, que venceria o ódio e a maldade humana. Não deram a devida importância a um detalhe fundamental: a natureza humana que tem incrustada na sua essência, tanto o sentimento de amor como de ódio, prevalecendo sempre o segundo nos tempos difíceis, quando há ruptura do equilíbrio harmônico e social, como no Brasil atual e há séculos no Oriente Médio. Por isso concordo com o pensamento de Thomas Hobbes em seu ¨Leviatã¨.


https://youtu.be/Kiok0T2WHf4


(O Sal da Terra - Beto Guedes)

 

 

Marco Antônio Abreu Florentino
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