BARRO & ALMA
( corpo & mente)
Ela negou que fosse
feita de barro, da matéria,
de alguma coisa vil. Achou-se
santa. Jamais seria barro !
Assunção dum -não-
de dramas e a bastante
santidade da só pureza.
Dos olhos firmes sem
choro, do corpo forte
e fechado, pra dor de
ser gente !
Só que o amor um dia de
repente chegou. O corpo
oscilou, tomado pelo desejo.
E o coração em frêmitos,
bateu alto e forte. Então
a sensação de ser santa
passou e o de ser mulher,
fez-se e ficou !
Primaveras que seguem
e como tudo, levou certo
dia o próprio amor, num
adeus molhado. Molhado
nas lágrimas que rolaram
de seus olhos: lágrimas
quentes, salgadas
e . . . barrentas !!!!
versejando ( ao estilo de Pessoa )
© Todos os direitos reservados
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