Tão perto, Tão distante

Como no dizer do apóstolo Paulo, que a graça que nos está sendo dada em Cristo, não está longe, nos céus, nem nos abismos, para que não possa ser encontrada por nós, mas está perto dos nossos lábios e dos nossos corações, pois a verdade foi revelada e registrada por escrito nas páginas da Bíblia, de uma vez para sempre.

Basta que tenhamos um espírito humilde e reverente, que nos leve a consultar tudo o que contêm as suas páginas, pois são elas que dão testemunho acerca da salvação.

É para pasmar então, que algo que está tão perto de todos, inclusive pelo testemunho de vidas transformadas seja tão rejeitado e negligenciado por tantos que seguem em caminhos de apostasia, que são caminhos de morte e não de vida.

Assim, conscientemente ou não, escolhem a morte, e não a vida; a maldição e não a bênção.

E pensar que a justiça de Jesus, que recebemos na conversão é suficiente para nos dar o céu, porque é perfeita em todos os aspectos necessários para satisfazer às exigências da própria justiça e santidade de Deus em relação a nós. Não somos aproximados de Deus numa base legal, conforme um preso é aproximado de um juiz para condenação, mas como filhos a um Pai amado, para absolvição.

De maneira que a justiça que nos é imputada pelo Espírito Santo, através da prática das nossas boas obras, não nos acrescenta nenhum mérito, de forma que possamos nos tornar mais merecedores do amor de Deus.

Ele nos tem amado incondicionalmente, por causa de Cristo. Ele nos tem recebido incondicionalmente, e sempre nos receberá por causa dos méritos de Cristo, e nunca pelos nossos. Nós podemos agradá-lo ou desagradá-lo, respectivamente, pela prática ou não das boas obras, mas não será pela aprovação ou reprovação que acrescentaremos ou perderemos um só grão da justiça perfeita que recebemos de Cristo em nossa justificação.

Nós o amamos, amamos a Sua Palavra, amamos a santificação, e é isto que é tido em conta em nosso favor, superando nossas limitações e fraquezas, porque o amor cobre multidão de pecados.

Não há, portanto, qualquer justificativa para a apostasia, pois se somos rejeitados pelos homens, Deus nos recebe; se somos consumidos por sofrimentos, ele nos cura e consola; se somos injustiçados e perseguidos, ele é a nossa justiça e a nossa força; se somos solitários, ele é a nossa companhia; se demônios incontáveis nos atacam, ele os repreende e nos livra.

A apostasia é, portanto, um pecado para o qual não há desculpa.

Em Cristo, o fraco pode dizer: “sou forte”.

O pobre pode dizer: “sou rico”.

O desprezado: “sou abençoado”.

O enlutado: “sou alegre”.

O desterrado: “sou acolhido”.

O perdido: “sou salvo”.

Qual é pois o fundamento e a razão da apostasia?

 

Cada um deve responder por si, mas nenhuma resposta prevalecerá como aceitável e verdadeira perante o Deus que é todo amor, graça, justiça, verdade e bondade. 

Silvio Dutra
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