Deus...
Deus... Deus da minha justiça,
da minha vingança,quem sou eu agora?
Em dias de chuvas tenebrosas e torrenciais,
meus olhos presenciaram horrores e
minha mente incrédula;não acreditou
na maldade dos homens à soleira de minha porta.
Minha mente se despertou para o mal,
este que habita agora em mim,bate à minha mente
como um martelo à porta da razão.
Me desumanizei,pois entre lágrimas e velórios
me (re)descobrir homem amargo,demasiadamente perigoso,
solitário,de alma enferma esqueci a luz e vagueio
nas trevas nevoentas das mil noites eternas do meu céu
e do meu inferno.
Não me acho mais na capacidade do perdão,
sou fera agora,alhures do meu coração...essa terra de mistérios onde
ninguém anda,e onde eu não a conhecia e por isso,não posso
pedir perdão,pois esse luto eterno que carrego sepultado
nas engrenagens do meu coração,me fez homem sincero
em não pedir aquilo que eu nego ao outro.
Esse é o meu inferno,da qual faço também o inferno daquele que
me feriu,se conhecer o homem é lhe dar o poder...conhecer a cor
de sua ira,é lhe tirar aqueles que ele mais ama.
Não me conheço...quem sou eu agora?
Sou dor,lobo solitário peregrino no vale da sombra da morte.
Sou cheiro de sangue...sou lágrimas nos olhos de quem merece
o peso de minha ira.
Sou o outro eu oculto dentro do eu ferido
que ao mundo se revelou.
Sou o outro eu,que eu não conhecia
e fiz minha escolha,agora sou
o sentinela dos malditos.

Charles Feitosa de Souza
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