Como jurar um "para sempre" quando tudo é incerto

E tende a se mover em direções que sequer supomos?

Há desgastes nas coisas mínimas, quiçá nas máximas,

E cria-se o marasmo das repetições, das rotinas.

 

Tudo vai-se engolindo  em ondas gigantescas

Que superam até mesmo os esforços mais heroicos,

Mesmo quando vamos às armas contra tendências.

Entretanto, cremos que as coisas não são vãs,

Mas metamórficas, ainda que sintamos tantas perdas.

 

Amores que nascem já com um tempo contado...

Vão afundando em abismos onde a escuridão impera

Em conjunto com um esquecimento formidável.

Não só amores, mas tantos sentimentos, que morrem

Enquanto nós ainda estamos vivos...

 

Como escapar destes eventos movediços

Que operam mesmo contra a nossa vontade?

Não que tudo na existência seja pessimismo,

Mas a realidade não possui mais o charme do romantismo...