Olá, poetas, bom dia a todos que prestam serviço

à dramapoesia, certos de que estão erguendo ao sol

o Graal dos versos que nascem sem forma e que se fiam

nos seus labores, seus suores, rubores, pescam com o anzol

da imaginação os mais profundos poemas, imersos na água fria

do concreto repouso, bom dia poetas que quebram ovos

à procura das claras palavras que gemem em suas gemas,

poetas, bom dia, que estão neste momento procurando

os restos das horas perdidas, filhas do tempo...

 

Bom dia, poetas, eretas sentinelas ao sul da ignorância,

amados soldados sem armas de destruição,

que vivem, em última instância,

lançando doces torpedos do coração...

 

Bom dia, poetas,

humildes servos da cordata discordância gramatical,

mutam sentidos bem ao gosto de metáforas,

bom dia, poetas,

olá, que teem em suas adegas mentais 

o Baco sentido, torpor imortal...

 

 

 

Prieto Moreno
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