Alucinada pela ansiedade
Ela desconhece
Se lá fora é noite
Ou se é dia

O casulo de paredes cinzentas
Que a envolve,
Cada vez mais apertado,
Sufoca- lhe a alma

No espelho,
A sua fisionomia lhe assusta,
Desfigurada,
Assombra- lhe o coração

Os seus olhos não brilham mais
Não mais reluzem a vida
Eles se tornaram opacos
Na escuridão mordaz

O sol lhe pede a presença,
A lua clama pelo seu sorriso
E o seu coração luta
Contra o manto do desespero

Há luz em tudo,
Só não em seus pensamentos

A chuva fina
Chora à carência
De sua delicada pele
E a madrugada,
Que sonha
Com o seu rosto à janela,
Também se entristeceu
O vento silenciou-se
À falta de seus cabelos

Sons da natureza
Gritam o seu nome,
em vão!

 

Juarez Florintino Dias Filho

 

 

Juarez Florintino Dias Filho
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