Ô viver constante,

Atravessando nuvens de primavera, sobras no deslise,

Na fileira das vozes inconsequentes que de dia nos 

comunicam das loucuras alucinantes.

Já a noite sofres na balada dos sonhos, no vulto da 

perseguissão dos olhares e vozes gargalhantes. 

Que viver, ô viver conseguistes nesta fuga olhar materno

te cobrir de luzes.

Agora vens até aqui a procura destes olhares vomitantes

que jorram fuzilantes.

Abrindo espaço para um viver sem brilho, sem luz.

Que vejo agora? Nada!

Ana Maria Marques