Um dia...borboleta

passeando entre flores e girassóis,

noutro...vento invento brisas e tempestades

para mais tarde ser sol e aquecer a terra.

Uma noite...estrelas

vagueando entre a via láctea e mundos celestiais,

noutras,sou cometas e meteoros desgovernados

no vácuo passo por um trís em destruir a terra.

Uma hora...sou o mesmo

noutras horas já não me conheço,desconhecido

tento me decifrar,quem sou eu,ou quem era

aquele que era eu horas atrás?

Hoje sou tinta que colore o mundo,

amanhã sou  letras que formam palavras

pra dizerem as cores...cores forte e quentes

mórbidas e frias,me falo em silêncio,porque o silêncio

é que me faz ser gente nesse mundo.

Hoje alegrias,

amanhã tristezas...como seria bom ser criança

eternamente,porque o mundo nessa fase é inocente.

De manhã...sou pássaro que canta

ao ver o romper do dia,lá pelas tardezinhas,quando o sol

se debruça para abraçar o horizonte e beijar suavemente a linha

imaginária e incandecente do crepúsculo,sou a primeira

estrela solitária que brota entre a poeira cósmica no universo negro.

Sou eu em instantes.

Sou aquele que foi antes,e agora sou outro depois.

Sou vento,mas também sou mar.

Sou areia,lamaçal,sou os quatro elementos

dessa terra inquieta que nunca para de

mudar.

Sou homem,mas também sou bicho

sou palavras e cochichos...sou assim

esse ser que sempre busca se mudar.

Sou assim...efemêro.

 

Charles Feitosa de Souza
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