POEMA QUE SE DISSOLVEU NA ÁGUA

A vida...é viver!

Cada instânte,porque essses intântes vividos do viver...é único.

Só os homens tolos imaginam

e acreditam...num futuro!

Nessa angustia de prepará-lo...não vivem o presente,

frustrados e melancólicos,se aprisionam ao passado

e nunca vão saber do futuro.

Vivem na incerteza,e a poesia da vida se perde

por assim não ser vivida,são como moisés,nos quarenta

anos de deserto...não viu seus pés na terra prometida.

A vida passa à porta de nossos olhos,

como correntezas rumos ao mar,se dissolve pelos caminhos,

e nessa magia poética que é o sopro da vida,se desvanece,

se perdendo nas águas turvas,sujas e sem cor.

A vida é um poema curto,uma estrofe metrificada de um soneto

de amor pela metade...se dissolveu na água da chuva,

do ribeirão entre as montanhas e na tempestade vinda do norte ao sul.

Poema que se dissolveu na água...como poema,sou assim em gotículas

devoradas pela sequidão da terra,e em dias de primavera quando os

girassóis amarelarem os pés da colina,quero dar continuídade a vida.

Poema que se dissolveu na água...como esse poema curto,

vou largando rascunhos de estrofes pelas enxurradas,e nos

tempos de outono,ver florida as copas das árvores perumadas

com o odor e o sabor das frutas maduras dos quintais de minha infância.

 

Charles Feitosa de Souza
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