CIDADES CADAVÉRICAS

Chora...chora teus mortos

ô cidades em ruinas,teus vivos ainda

não acreditam nos horrores e nas pragas que

te levaram a destruição total.

Há sangue nos umbrais de tuas portas,

teus profetas há tempo derramaram teu sangue,

e foram objetos de escárnio,e de zombaria das elites

que te governavam,teu povo pobre foi esquecido e objeto

de alienação.

A cidade fantasma...o espírito da morte ronda

tuas ruas macabras,desoladas e direcinadas às profundezas do inferno,

pois lúcifer agora impera e arrasta as almas desgraçadas para seu castigo eterno e

os gritos de dores...nem Deus ouve mais.

Cidades cadavéricas...só o silêncio te cobre as ruinas,

só a dor percorre tuas esquinas como um rio caudaloso e fétido,

buscando mais almas para aumentar a sua pena.

Chora...bate no peito as viúvas e clamam a Deus os restos

mortais de seus mortos esquecidos à flor da terra,pois nem a terra que

foi santa e agora é maldita os querem mais para esterco.

Cidades cadavéricas...tuas casas e teus aranha-céus agora

são esqueletos abandonados e entregues a própria sorte  do diabo e

os profetas profanos...gritam que a tua glória acabou.

Cidades cadavéricas...os corvos anunciam seus presságios em meio ao silêncio da necrópole

cinzenta.

Cidades cadavéricas...os abutres estão ávidos pelas carnes de seus defuntos.

Cidades cadavéricas...a lua no firmamento agora é cor de sangue e o vento

norte canta agora em marcha fúnebre.

Cidades cadavéricas...tudo agora é ruina e dor,é desolação

choro em rangeres de dentes nos infindáveis velórios que

enegreceu a terra nesse dia do juízo final.

Charles Feitosa de Souza
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